terça-feira, 22 de novembro de 2016

Encontro marcado - Sem ti....


Desde há um mês que corro todos os dias para o nosso café!
Quando chego, já lá estás. Vês-me e sorris. E eu, apaixonada, retribuo o sorriso. Hipnotizada, sigo na tua direção, indiferente ao que se passa à minha volta.
Há um mês que não olho ao meu redor .... Que não vejo o mundo... Que não vivo para mais nada. Apenas sei que corro... para ti... Para te encontrar no nosso café, há hora marcada.
O nosso encontro diário é sempre igual. Tu contas-me histórias da tua vida e eu oiço tudo, sôfrega. Bebo todas as tuas palavras.
Sei que a tua família tem origem italiana e que passaste a tua infância em Roma. Vieste para Portugal, no início da adolescência e que aqui assentaste arraiais. Sei que quando terminaste o secundário, não foste logo para a faculdade. Decidiste que querias conhecer a Europa e, nada, nem ninguém, te demoveu do teu intento, e lá foste tu... Tornaste-te cidadão do mundo, jornalista e escritor. Voltaste a Lisboa e aqui tens permanecido, de forma, mais ou menos regular.
Hoje, mais uma vez, apresso-me para ir ao teu encontro. A ansiedade não diminuiu. As borboletas na barriga insistem em continuar a dançar e é como se fosse novamente o primeiro dia... O dia em que finalmente te conheci. Mentalmente, revejo o teu rosto, o teu sorriso, as nossas conversas.... E as borboletas dançam mais um bocadinho... O meu coração pula e sinto a cara a ficar vermelha. Seria de esperar que este nervosismo, esta ansiedade tivesse acalmado, mas não é assim.
Sinto-me como se fosse novamente uma adolescente, que está a viver o grande amor da sua vida!
Apaixonada! Sim, estou apaixonada! E sou tão feliz!
Com um sorriso no rosto, subo a rua a um ritmo apressado. No entanto, as pernas parece que me atraiçoam. Luto comigo própria para andar mais depressa e finalmente chego à soleira da porta do café. Paro para recuperar o fôlego. Recomponho-me e entro.
Olho para a nossa mesa e não estás lá... Por momentos, hesito e olho em redor à tua procura. Não me enganei. Tu ainda não chegaste. Pela primeira vez, sento-me sem ti!
Não sei quanto tempo passou... se uma hora, se duas, mas tu continuas a não estar...
O empregado serve-me o habitual, café com leite e torrada, e diz qualquer coisa que não percebo e que nem me esforço para entender.
Enquanto espero, vou mexendo a colher na chávena do café. No entanto, não presto atenção ao que estou a fazer. A minha cabeça está num turbilhão. Interroga-se. Onde é que tu estás? Porque é que não viestes? Porque é que não me avisaste? De repente, paro e lembro-me que não sei onde moras, que não sei o teu apelido, que não tenho o teu número.... Nunca foi preciso. O nosso encontro estava sempre marcado.
De repente, percebi que dependo de ti! Que o meu corpo está fraco, que me sinto mal disposta, que estou doente! E amanhã? Será que vens? Espero que sim... Não te posso perder!
 Não aguento estar mais aqui! Sinto-me a sufocar! Levanto-me e saio.
Hoje, o encontro marcado foi sem ti...!

E por aqui me fico!
Fiquem bem!




  

sexta-feira, 18 de novembro de 2016

Só a mim....


Há coisas que só me acontecem a mim!
Não sei se com vocês é assim, mas eu tenho um azar terrível com carros novos; Ou, pelo menos, novos na minha mão.
Eu devo ser a pessoa mais propensa a acidentes de carro! Não há carro que me resista!
Aliás, cá em casa, já se fazem apostas para saber quanto tempo o carro dura sem eu bater com ele!
Lembram-se de vos ter falado que o meu carro estava na oficina?
Bem, pois foi... E como o arranjo era muito caro e o carro já tinha cerca de 8 anos... Eu e o meu marido optámos por comprar um. Novinho em folha, acabadinho de sair do stand!
Lindo! Com cheirinho a novo e não podíamos estar mais contentes!
Mas esta vossa amiga... tem uma coisa com carros novos!
Pura e simplesmente, não consegue resistir a dar uma batidinha... Todos os carros têm que ter uma amolgadela. A marca da Serena!
Pois, o carro tem um mês e hoje foi batizado!
Fui logo meter-me com um jipe! Escusado será dizer, que o jipe, saiu incólume ... já o meu .... ficou com a parte de trás um pouco metida para dentro... Coisa pouca....
Já ninguém tem forças para refilar comigo!
Só para perceberem que esta coisa com carros já vem detrás, vou-vos contar uma pequena história: Quando tirei a carta, mais ou menos há 20 anos, fiquei com o carro do meu irmão. Só passados alguns dias, é que pude fazer o seguro. Quando o fiz, peguei logo no carro e fui buscar o meu marido, na altura namorado,  ao trabalho. Contentíssima da vida. Lá ia eu na estrada ... quando..... não consegui travar a tempo e .... já adivinharam... bati! O seguro nem tinha uma hora e eu bati com o carro....
Sim... só me resta rir ... para não chorar!
Qualquer dia, as companhias de seguro não me aceitam...! Como eu as compreendo!

E por aqui me fico!
Fiquem Bem!

quarta-feira, 9 de novembro de 2016

Hoje, é um dia igual a tantos outros


Hoje, é um dia igual a tantos outros....
Igual nas horas vividas.
Igual nos gestos repetidos.
Igual nas palavras murmuradas...

Hoje, é um dia igual a tantos outros...
Igual na rotina instalada.
Igual no cansaço sentido.
Igual nos silêncios ocorridos...

Hoje, eu não quero um dia igual a tantos outros...
Não quero dias cinzentos!
Não quero sentimentos apagados!
Não quero momentos fingidos!

Hoje, eu não quero um dia igual a tantos outros...
Não quero silêncios sofridos!
Não quero noites perdidas!
Não quero sonhos acabados!

Hoje, é um dia tão diferente dos outros...
Diferente no caminho percorrido!
Diferente no sentir alcançado!
Diferente na história construída!
Diferente no rumo tomado!

Hoje, não é um dia igual a tantos outros...

E por aqui me fico!
Fiquem Bem!

terça-feira, 8 de novembro de 2016

Já é natal???


Parece que todos os anos, o natal chega mais cedo....

As ruas da capital já estão a ser enfeitadas... Os comerciantes já estão a colocar à venda inúmeros artigos da época.... Entramos nos centros comerciais e a música também já é de natal...
Ainda agora estava calor... andávamos de manga curta... e .... já é Novembro!
Não levem a mal esta minha interjeição... Pois fiquem cientes que adoro o natal!

Cá em casa, e tal como sempre se fez na casa dos meus pais, a árvore de natal é feita no dia dos meus anos - 06 de Dezembro! Não abdico desta tradição!
Sei que há quem já tenha a árvore montada, mas para mim, os preparativos de natal só fazem sentido serem feitos em Dezembro. Adoro colocar as luzes, os enfeites, decorar a casa! Enfim, gosto de tudo!
Gosto de escolher cada presente e embrulhá-lo! De colocá-lo debaixo da árvore e, a cada dia que passa, gosto de ver a árvore a ficar mais composta, com cada presente que lá é colocado!
Pronto, já perceberam... Gosto do Natal!
Mas gosto do natal em Dezembro e não em Outubro ou Novembro... porque senão não parece natal! Enfim ... São manias minhas....

E por aqui me Fico!
Fiquem bem!



domingo, 6 de novembro de 2016

CEM ANOS



Há uns dias a minha avó/mãe fez a linda idade de cem anos!
E como eu amo esta avó/mãe.

Não sei se já vos disse, mas eu nasci no Alentejo. Região que amo de coração e que adoro visitar.
Nasci, fruto do amor do meu pai e da minha mãe, consumado antes do casamento. Que, para a década em que vim ao mundo, era considerado algo escandaloso.
 Nasci na casa da minha avó materna, com a ajuda da parteira e num dia de um grande nevão, segundo a minha mãe, no dia 06 de Dezembro. Impaciente (característica do signo a que pertenço), como sou, nem esperei que a minha mãe chegasse ao fim do tempo, e resolvi nascer de sete meses.
Sendo a primeira filha, prematura ainda por cima, fui criada com todos os mimos e cuidados na casa da minha avó.
Não sei exatamente em que altura, os meus pais, como todos os jovens daquela época, migraram para Lisboa e eu vim junto. No entanto, como não "me dava com os ares de Lisboa", com dois anos, voltei para junto dos meus avós.
Vivi no Alentejo até ao sete anos e só saí de lá para ir à escola. Devo dizer que, nessa altura, fiz a transição de localidade muito contrariada e fiquei aliás muito zangada com os meus pais.
Lá é que eu era feliz. Lá, é que estavam os meus avós/pais, que tanto adorava.
Passado um ano, sofri o meu segundo desgosto: o meu avó faleceu de cancro nos pulmões. No entanto, a minha avó continuou a morar no Alentejo, juntamente com os meus tios e primas.
Quando tinha dez anos, o meu irmão mais novo nasceu e a minha avó veio morar connosco para tomar conta de mim e dos meus irmãos, enquanto os meus pais iam trabalhar.
A partir daí, nunca mais nos deixou e tem vivido sempre connosco. Sempre ajudou os meus pais, os meus tios. Sempre foi um pilar para nós.

Agora comemorou 100 anos de vida! Cem anos de vida, de uma vida que não foi nada fácil!
De muita luta e sacrifício, de muito amor e determinação!
Nunca ficou a lamentar-se ou triste a um canto. Sempre agradeceu e fez tudo o que podia. Perdeu o marido, as irmãs e um filho. Mas não perdeu a força! Era uma mulher de garra! É a minha avó/mãe!

Agora já está acamada, mas ainda tem noção do local onde está, das pessoas com quem fala e da sua idade. A minha mãe, também, a estima muito. Tem sido uma filha exemplar.Trata dela pessoalmente. com todos os cuidados e muito amor. Não a colocou num lar, nem o conseguiria fazer.

Tal como a minha avó cuidou de nós quando precisamos e éramos pequenos, dependentes de tudo e de todos. Também ela merece que tomemos conta dela. Ela está e continuará connosco até ao fim dos seus dias!

Amo-te muito Avó/mãe!