domingo, 30 de outubro de 2016

Encontro marcado - Finalmente, os dois!




Finalmente chegou o grande dia! Vou sentar-me na tua mesa! Vou saber quem tu és. Vais saber quem eu sou. O nervosismo está instalado... Aliás, nem se foi embora. Instalou-se, muito confortável, a desfrutar da minha ansiedade... Tenho que me despachar... estar no meu melhor.
Hoje, tudo tem de ser perfeito.
Levanto-me e faço a minha rotina matinal: banho, maquilhagem, perfume, vestir. Mas, desta vez, é diferente. É tudo muito mais cuidado, muito mais pensado. O gel de banho é da mesma marca do perfume, suave com cheiro a flores, mas sem ser adocicado. A maquilhagem é simples, mas perfeita. Rimel, batom e blush. Não é preciso mais. Trata-se de uma café.
A indumentária está impecavelmente engomada: calças de ganga, camisa branca, casaco de malha azul, sabrinas....Tudo a condizer. Nada pode ficar ao acaso.
Olho-me ao espelho, a minha cara mostra o que vai no meu coração.... Meu Deus! Tem de correr bem!  Quero conhecer-te, quero poder descobrir a vida contigo. Quero saber a que sabe a tua boca, a tua pele... Agora não... Ainda não é a altura de ter estes desejos. Sossega coração.
Olho para o relógio. Está na hora. Abro a porta e vou ao teu encontro.
São 09h45 quando chego ao café e tu já estás na mesa do costume. O meu coração dispara! Mal consigo andar. Pareço um autómato.
Aproximo-me da mesa, com o coração a cavalgar descompassado e com as borboletas cada vez mais frenéticas no estômago e digo numa voz trémula e hesitante; Olá. Sou a Carolina. Obrigada pelo convite.
Ele responde com o seu ar de pessoa vivida: Olá. Sou o Francisco.
Sento-me e a conversa flui. As borboletas na barriga desapareceram. Sinto-me bem e confortável. Gosto da pessoa que está à minha frente e que terei o prazer de ir conhecendo.
Respiro de alívio e penso com os meus botões; Céus, como não estou desiludida! É tão bom, finalmente estarmos aqui os dois!

E por aqui me fico!
Fiquem Bem!


segunda-feira, 24 de outubro de 2016

Encontro marcado - expectativa ....


O dia nunca mais passa! A expectativa e a ansiedade matam-me! Estou tão feliz, que não aguento o dia acabar... Não consigo estar quieta!
O meu coração não sossega.... e ainda tenho um dia de trabalho pela frente e muito que fazer... Tenho que me concentrar!
Não consigo. Não paro de pensar em ti...
Não sabia.... Nunca me tinha apercebido... Afinal tu também reparaste em mim... Será que imaginaste uma história para mim, como eu imaginei para ti? O que será que pensas de mim? E agora? O que é que faço? Vou ao encontro? Claro que vou! Eu .... sou uma pessoa normal, igual a tantas outras ... e mesmo assim reparaste em mim... Céus! Sinto borboletas na barriga, mas estou nas nuvens! Só me apetece dançar!
Estou a imaginar... a sonhar .... nós os dois... de repente, oiço ao longe alguém chamar... olho e estou a sorrir! Hoje, estou tão feliz, que nem me importo com o mau humor de alguns clientes! Digo a todos um grande bom dia! E parece que é contagiante, pois todos retribuem e sorriem! O mundo sorri para mim!
Olho para o relógio, e ainda só passou meio dia! São horas de almoço, mas não consigo comer! Nada passa para o estômago! Está ocupado pelas borboletas a dançar!
Ai.... o que é que vou vestir? Vou de calças de ganga? Uso um vestido? Saia?.... Ai... não me consigo decidir! Já sei... Uso o vestido azul de flores, que adoro! Nãaaao,,,, Calças... sim, calças de ganga...camisa branca. Simples mas elegante! Não posso parecer muito ansiosa!
Que indecisão.... Mata-me tanto, quanto esta espera.... Não aguentoooo! Dia passa depressa!
Olho novamente para o relógio e são 15h. Boa! O tempo está a passar e o ritmo das borboletas a aumentar! Parem! Não quero ficar com dor de barriga. Tenho encontro marcado! Às dez! Em ponto. Desejo que te encontre e que consiga conversar contigo! E senão conseguir? Claro que consigo! E que tu queiras continuar a conhecer-me.
Tenho medo de perceber que te imaginei demais, que não sinto empatia, que afinal não te quero conhecer! Ai... E se for ao contrário? E se tu ficares desiludido comigo. Espero que não. Peço aos céus para que não aconteça.
Finalmente, chegou o fim do dia e ainda falta a noite. Nunca mais é de manhã!
Vou a correr para casa, talvez assim também o tempo passe a correr! Mas antes, vou sonhar....

E por aqui me fico!
Fiquem Bem!

domingo, 23 de outubro de 2016

Avarias e mais avarias....




Ufa... até que enfim.... Posso vir aqui ao blogue falar com vocês! E que saudades!
Peço desculpas meus amigos, mas às vezes parece que os eletrodomésticos ganham vida! Quero dizer... deixam de ter vida.... E é uma chatice! Primeiro foi o carro (que só temos um) e depois o computador (também só temos um).... Isto foi de mal a pior.... Felizmente parece (vamos lá a ver...) que já passou!
É interessante e ao mesmo tempo desconcertante perceber o que dependemos destes objetos inanimados!Temos como um dado adquirido o computador, o carro, a televisão, o telemóvel.... então este último é a nossa sombra e já não sabemos viver sem ele! (afirmação que tem dado muito que falar....).
Eu confesso que sou uma dependente e viciada do telemóvel! Hoje em dia fazem tudo! E eu como sou um pouco comodista, gosto de coisas práticas e simples! Que deem para tudo ou quase tudo, sem andar com a casa atrás e super carregadas! 
Sou fã, sim senhor! Ele é filmar, ele é tirar fotografias, ele é tirar notas, ele é manter-me conectada nas redes sociais, ele é agenda, ele é jogos.... E muitas coisas mais! Por isso, só posso ser fã!
Sim... é verdade! Perdemos muitas coisas, mas também ganhamos outras!
E com isto está justificada a minha ausência, mas não pensem que deixei de escrever histórias... Não deixei... Ah pois não... e não é que pretendo continuar o conto que iniciei em encontro marcado? Fiquem atentos! Vamos ver onde nos irá levar... Também eu estou curiosa!

E por aqui me fico!
Fiquem Bem!

sexta-feira, 7 de outubro de 2016

Encontro marcado

 Todos os dias, temos encontro marcado!
São dez horas da manhã e eu corro para o café. Estou atrasada, pois sei que já lá estás! Todos os dias, às 9h 45. Sem Falta!
Sei que estás na mesa do costume, a que fica ao canto da sala. Eu entro e tu não reparas. Nunca reparas em mim. Como habitualmente, estás a beber um café acompanhado por um pastel de nata e a ler o jornal.
Sei de cor a tua rotina.... Sei de cor os teus gestos e palavras, as tuas vestes... E tu? Será que reparas em mim? Será que sabes que perfume uso? Não. Sei que não. Mas também não me importo. Não quero perder esta nossa rotina matinal. Não quero descobrir que não correspondes à imagem que tenho de ti! Não quero perder-te!
Sim, eu imaginei-te. Imaginei que és um conceituado escritor (deduzi porque, depois de leres o jornal, abres o portátil e te entretens a escrever), um filantropo, que não liga às aparências, que o único desejo é escrever, que vive num T0 .... que, por vezes, viaja para enriquecer os seus livros, mas que volta sempre ao sítio do costume.
Neste meu sonhar acordado, nem me apercebo que o empregado chega ao pé de mim e pergunta se está tudo bem ? Olho para ele, mas não respondo. E ele insisti e pergunta se quero o costume? Digo que sim e agradeço!
Enquanto aguardo o meu café com leite e a minha torrada, não tiro os olhos de ti! Todos os empregados do café já sabem desta minha obsessão. Só tu não. Sabem que há 12 meses que me sento na mesa à tua frente e fico a olhar para ti... horas sem fim... Até que chega a hora de ir para a loja... E lá te deixo eu, sentado, à espera que repares em mim e que me cumprimentes com um aceno de cabeça... E tu não reparas!
Sigo o meu caminho, desejando que o dia passe depressa, que a noite não se demore! Que chegue a manhã e que à hora marcada te encontre no café.
Abro as portas da loja, entro, acendo a luz e faço tudo automaticamente... Estou tão distraída que não reparo na sombra que entrou na loja. Levanto a cabeça e.... Não consigo falar ... Não consigo articular qualquer palavra... E vejo-te... Estás à minha frente, a sorrir e dizes: Amanhã, à mesma hora no café? Convido-a a sentar-se na minha mesa!
E saiu ... e eu fiquei estupefacta ...Com encontro marcado, à hora do costume!

E por aqui me fico!
Fiquem Bem!


Correr.. Ou não correr, eis a questão!



Depois de quase três meses sem praticar qualquer tipo de atividade física, resolvi começar a fazer caminhadas e tentar correr...
Sim, porque isto de comer sem engordar, não se aplica à minha pessoa!
Pronto, confesso! Sou uma gulosa. Mas, não sou só gulosa por doces, eu gosto mesmo de comer qualquer tipo de comida! Desde que tenha molhanga, serve!
Escusado será dizer que engordei cinco quilos. Ora como sou pequena. pareço que tenho cem!
Não aguentei mais e decidi que tinha de fazer alguma coisa!
Comecei a andar, intervalo com corrida e tento acompanhar com uma pequena dieta. E isto está difícil...
Porque, para além de gostar de comer, eu não gosto de correr... Temos o caldo entornado! É o que vos digo!
Mas eu não sou pessoa para desistir facilmente, e claro que vou dar luta a esta minha preguicite aguda. Pois, eu sou teimosa! Ah, se sou!
Sempre que chega a hora da caminhada, suspiro, olho para o relógio e penso: Corro ou não corro? O que faço? Talvez seja melhor hoje, não ir...
E depois... chega uma vozinha que me diz: Serena, então... Estás armada aos cucos!? Bora lá mexer essas pernas... Queres vestir a roupa que gostas!? Então, anda!
E eu vou, mas está difícil.... Se está!
Todos os dias, é esta luta interna. Corro... ou não corro!
Mas sim, corro porque no fim sinto-me bem comigo mesma. A minha auto estima fica em alta e, acima de tudo, é um momento de paz e tranquilidade, um momento só meu.

E por aqui me fico!
Fiquem Bem!

segunda-feira, 3 de outubro de 2016

Sonhar



Sonhar...
Adoro sonhar! Fechar os olhos e deixar a mente voar.
Voa borboleta, voa. Encontra o teu caminho pelo ar.
Deixa-me ver as cores do bosque. Deixa-me imaginar.
Sente o meu medo e não o deixes chegar.
Não quero acordar.

Voa borboleta, voa. Sente o vento de mansinho.
No meio do  caminho, empurrando devagarinho.
Vê a luz brilhar e as sombras serenar.
As flores sorrir e os passáros cantar.
Não quero acordar.

Voa borboleta, voa. É tempo de acordar.
De deixar a ilusão e a magia mudar.
De sentir o medo e de o afastar.
De gritar e realizar.
Eu quero acordar!

Voa borboleta, voa.

E por aqui me fico!
Fiquem bem!


domingo, 2 de outubro de 2016

Felicidade....
















O meu coração hoje está cheio de felicidade!
Não, não é só de hoje, tem sido assim de algum tempo para cá. Principalmente, quando deixei de ser passiva e passei a ser ativa. Ou seja, a construir a minha felicidade!
E o que é que significa a minha felicidade?
Nada é mais do que a minha família, a minha casa, os meus amigos e o que me realiza profissionalmente!
Esta mudança nunca acontece de um dia para o outro, como vocês bem sabem. Esta mudança já tinha começado bem antes de me ter sido diagnosticado cancro da mama. Este diagnóstico apenas me deu mais força para continuar a minha demanda.
A minha vida sofreu uma reviravolta à cerca de três anos atrás! Tudo começou no em Junho de 2013. Senti um carocinho no peito esquerdo, mas não liguei. Pensei que era de estar naquela altura do mês. Mas não passou e até cresceu. (Eu que não ligo nada a médicos e só vou em último caso, fiquei preocupada e resolvi ir ao meu ginecologista).
O médico viu, analisou e disse-me: ummmm... Isto não é nada de preocupante, mas, pelo sim, pelo não, vamos fazer uma eco e uma mamo.
E lá fui eu.
A médica  que me realizou o exame não conseguiu determinar se era algo de maligno. Tudo indicava que não, mas sugeriu uma biopsia.
E lá fui eu.
Estávamos nós já em outubro. Entretanto, o carocinho cresceu e começou a ficar dorido. Foram quinze dias de angústia até saber o resultado. E o resultado, veio em forma de telefonema. Estava na cozinha e sentei-me no chão. Do outro lado, a médica dizia-me: Sabe... Não tenho boas notícias... Confirma-se que tem cancro.... Tem de passar cá amanhã para levantar o relatório e ir mostrar ao seu médico.
Fiquei um minuto atordoada no chão da cozinha, o meu marido incrédulo a olhar para mim e a perceber o que estava acontecer. Não chorei, fiquei anestesiada e apenas reagi.
Telefonei para a clínica, consegui o telefone do meu médico, enviei-lhe mensagem a informar a situação e no outro dia, estava no hospital a ter a minha primeira consulta da mama com o relatório na mão.
Continuei a não chorar e apenas a reagir. A médica foi uma querida e disse-me: Filha, isto foi detetado a tempo. Não é disto que vais morrer. Mas o sítio onde se encontra e como não tens um peito muito grande, o melhor é tirarmos tudo....
E eu nem hesitei e disse-lhe: Se esse é o caminho, vamos lá. Tire.
E no dia 13 de dezembro, tirei o peito e comecei o meu processo de reconstrução mamária.
Saí na véspera de natal e resolvi que iria fazer a minha felicidade.
O meu tipo de cancro é o I, logo não foi preciso fazer radio ou quimio. Apenas tomo um comprimido todas as manhãs, o que torna tudo mais fácil.
Apenas chorei uma vez, no dia que cheguei a casa. E não foi preciso mais.
Não que eu seja uma pessoa forte ou mais forte do que as outras, não. Apenas preferi reagir e aproveitar ao máximo as coisas boas que a vida me oferece.
Pelo caminho, conheci pessoas fantásticas, mas que já partiram (Uma delas foi a minha querida Alice que tinha um sorriso lindo. O meu girassol e que nunca irei esquecer). Outras ainda continuam na minha vida!
No fim, este diagnóstico deu-me forças para continuar no meu caminho para a felicidade.
E ontem, foi um muito dia feliz. O meu projeto profissional deu os primeiros passos reais. E eu sei que vai ter sucesso  porque somos seis mulheres cheias de fibra.

E por aqui me fico!
Fiquem bem!